domingo, 20 de novembro de 2011

Em Carne Viva


Hoje extravasei todos sentimentos que estavam adormecidos dentro de mim feito um vulcão que de uma hora para outra entra em erupção destruindo tudo ao seu redor. No meu caso, não atingi árvores, casas, pessoas ou animais, mas sim a mim mesma. Me senti feito um homem bomba que opta por anular sua própria vida em prol de suas convicções sejam elas religiosas, culturais ou psicológicas. Eu precisava urgentemente eliminar minha dor, destruí-la, antes que ela me destruísse. Então, num ato de desespero, dominada pelo meu sofrimento comecei a cortar meu braço com uma gillette. Ao ver meu sangue escorrendo pelas mãos, meu coração desacelerou e meu choro se conteve. É como se por instantes a dor e sofrimento tivessem saído de dentro de mim através dele. Mas não saíram. Estes sentimentos prevalecem em mim misteriosos feito um vulcão. Ninguém sabe ao certo quando e porquê irão despertar.
Minha atitude me surpreendeu, pois nunca me cortei. Há muito tempo em determinadas situações costumava me arranhar e tirar fios de cabelo, mas me cortar foi inédito. Não tenho orgulho nenhum disso, muito pelo contrário estou chocada. Não imaginava que seria capaz de fazer algo tão insano. Confesso que estou com medo de mim mesma.

(Kalili)

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